7.11.13

POST 11. VIDA DOMINATRIX

Com uma cinta caralha repugnante, grossa e emborrachada
Ela sodomiza, um por um,
a cada ser que se dignifica a chamar humano
Talvez seja o carma inerente de nascermos
já fodendo nossas mães.
quem disse que não há justiça?

Há os que sublimam a dor e deixam
de se importar. Estão sempre em outro lugar
um lugar sempre mais agradável.
O cheiro do eucalipto e do milho cozido e daquele perfume que só Daniela usava
suplanta o cheiro de sexo sujo
e o cheiro de toda crueldade

Há os que gostam
esperam entusiasmados com uma bola
atada à boca de tamanho e cor de maçãs argentinas.
Fazem lavagem anal e entumecem
o rabo de vaselina.
Gemem, gritam, riem e olham pra trás babando.
Putinhas da Vida.

Toda essência da dominação, do desprezo e da perversidade
aglutinados por sob aquela roupa de látex.
Sua boca é vermelha de sangue que não é seu,
seus olhos, negros como todo futuro.
Supera qualquer besta apocalíptica
porque é presente. E fode com raiva.

Quanto a mim?

dor
sangue
merda
A raiva é uma ferida pulsante. Sua cicatriz, o lamento dopado.

Quanto a mim?
Para mim sempre será estupro.